Paraibana Autodidata Conquista 7 Universidades nos EUA: ‘Inglês Abriu Portas’
Uma jovem paraibana conquistou um feito impressionante ao ser aprovada em sete universidades renomadas dos Estados Unidos, aprendendo inglês sozinha com recursos gratuitos.
Aos 20 anos, Alice dos Santos Araújo Lourenço se prepara para realizar seu sonho em agosto, com uma bolsa integral em uma dessas instituições.
Um Caminho Autodidata para o Sucesso
Natural de Nova Olinda, uma pequena cidade no Sertão da Paraíba com pouco mais de 6 mil habitantes, Alice enfrentou desafios significativos para se tornar fluente em inglês. Sem acesso a professores particulares ou cursos pagos, ela utilizou ferramentas gratuitas, como aplicativos, dicionários online e projetos educacionais, para dominar o idioma. Hoje, além do português nativo, ela fala inglês em nível avançado e tem noções básicas de espanhol.
“Aprender inglês por conta própria foi difícil”, confessou Alice. “Eu temia não alcançar o nível necessário a tempo para as candidaturas, e a falta de recursos tornava tudo mais complicado.” Mesmo assim, sua perseverança a levou a ser a primeira da família a conquistar esse marco, algo que a enche de orgulho.
“Dominar o inglês tem aberto muitas portas para minha trajetória acadêmica e profissional”, afirmou. “Não é só por mim, mas também pela minha família e pelas futuras gerações de jovens que quero inspirar com educação tecnológica.”

Uma Jornada de Dedicação
Em agosto, Alice embarcará para estudar em uma das universidades que a aprovaram, com o objetivo de transformar realidades por meio da educação. As múltiplas aprovações, embora impressionantes, ainda parecem um sonho para ela. “É algo que demora a assimilar. Além da alegria e da superação, vejo o quanto essa conquista representa para mim, minha família e meu estado”, refletiu.
Criada no interior da Paraíba, Alice conhece bem as dificuldades de acesso à educação tecnológica. “Quero que essa oportunidade única não seja apenas minha. Desejo que os frutos dela cheguem a outros jovens paraibanos, mostrando que a Paraíba forma, sim, talentos em tecnologia”, destacou.
O desejo de estudar no exterior nasceu da curiosidade por outras culturas e da descoberta de oportunidades acadêmicas e profissionais fora do Brasil. “Quando percebi que estudar fora era uma possibilidade real, dediquei todo o meu tempo a esse objetivo”, contou.
O Desafio das Candidaturas
O processo seletivo para universidades americanas foi árduo, mas transformador. Iniciado em 2023 com o apoio da Academia Latino-Americana de Liderança (LALA), envolveu etapas como comprovação de proficiência em inglês, atividades extracurriculares, cartas de recomendação, histórico escolar, documentação financeira e redações pessoais.
No primeiro ano, Alice foi aceita em quatro instituições, mas não conseguiu bolsas que cobrissem todos os custos. Em 2024, vieram mais três aprovações:
2023:
- University of British Columbia
- University of Wisconsin – Madison
- University of Colorado at Boulder
- Stetson University
2024:
- University of North Carolina at Chapel Hill
- University of Wisconsin – Madison
- University of Connecticut
Alice escolheu a UNC-Chapel Hill, na Carolina do Norte, que ofereceu uma bolsa integral cobrindo estudos, alimentação, viagens e outras despesas pelos próximos quatro anos. “A UNC conquistou meu coração por sua comunidade vibrante, localização em um polo de inovação e pela grade curricular ideal para meus objetivos profissionais”, explicou.
Experiências Internacionais
Antes das aprovações, Alice já acumulava experiências no exterior. Em 2024, participou do Venetian ESummer, na Itália, com bolsa integral, focado em sustentabilidade e tecnologia. Em 2025, com uma bolsa de 10 mil dólares da The Flight School, viajou para a Índia, Alemanha e Noruega, participando de projetos de tecnologia, educação e cultura. “Essas experiências me trazem novas ideias para enfrentar os desafios da minha comunidade”, afirmou.
Apoio Familiar
O suporte da família foi essencial. Apesar das limitações financeiras e do desconhecimento sobre processos seletivos internacionais, os pais de Alice, uma empregada doméstica e um carpinteiro, sempre acreditaram em seu potencial. “Eles me inspiram a seguir com humildade, sabendo que meu valor está na educação e no caráter”, disse.
Paixão por Tecnologia
A paixão de Alice por tecnologia começou no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), onde se envolveu em pesquisas e aprendeu programação. “O que me fascina é transformar conhecimento em soluções para problemas reais da minha comunidade”, contou. Para o futuro, ela sonha em liderar uma edtech inovadora e acessível na América Latina e criar um ecossistema de apoio a meninas de baixa renda em regiões periféricas.
Fonte: Jornal da Paraiba